Taísa da Silva
Túneis baixos Imagem by pixbay
A cultura
A alface (Lactuca sativa L.) é a hortaliça folhosa mais consumida no mundo todo. Pertencente à família Asteraceae, suas cultivares são oriundas de climas temperados, logo, se desenvolvem melhor em temperaturas amenas.
Durante o verão, a produção fica limitada por conta do fenômeno do pendoamento precoce e acúmulo de látex nas folhas. Esses acontecimentos são ocasionados por chuvas intensas, radiação solar incidente e as altas temperaturas.
Cultivo protegido
Para evitar que as intempéries prejudiquem a qualidade e o rendimento da produção, uma estratégia é o cultivo em ambiente protegido. Dentre suas inúmeras vantagens pode-se destacar:
- Redução da sazonalidade, equilibrando a oferta ao longo do ano
- Proteção da cultura através do controle das variáveis climáticas
- Menor incidência de pragas e doenças em mudas
- Redução de gastos
Quando se fala em cultivo protegido a maioria das pessoas imagina aquele realizado em estufas, porém a estrutura de túneis também é bastante difundida. No caso da alface, por esta ser uma planta de porte rasteiro e com ciclo fenológico curto, o cultivo em túneis baixos se torna bastante eficientes.
Estrutura
Os túneis baixos são estruturas com cobertura em forma de semicírculo, que medem até 1,5m (em altura máxima e largura). São utilizados tubos de pvc ou barras metálicas, cobertas com filme plástico (geralmente polietileno de baixa densidade). Embora simples, essas estrutura é suficiente para proteger a cultura de muitas intempéries que em campo podiam destruí-la, como vento, chuva e granizo.
A principal vantagem sobre o controle das variáveis meteorológicas diz-se respeito a redução da radiação solar: os plásticos PEBD (polietileno de baixa densidade) possuem a capacidade de reduzir em média 30% da radiação ao longo do ciclo de produção.
A proteção contra radiação e ventos permite que a cultura se mantenha em melhor estado hídrico, com isso elas ficam menos expostas a condições de stress. Sob essas boas condições a planta passa a ter células mais túrgidas e cresce rapidamente. Tais fatores são determinantes para que o alface tenha textura mais crocante, que é uma característica muito demandada no mercado dessa hortaliça.
Manejo de irrigação
No manejo da irrigação, o olericultor deve-se atentar a quantidade de água: essa em excesso leva a proliferação de bactérias e consequentemente aparecimento de doenças causadas pela bactériose.
A irrigação por gotejamento é indicada em condições de temperaturas abaixo de 30°C e umidade relativa do ar acima de 50%. Em casos de temperaturas acima de 30 °C, recomenda-se usar sistema de aspersão.
Deve-se irrigar a planta ao menos duas vezes ao dia, atentando-se para que sejam apenas pequenas lâmina de água a cada aplicação.
Tensiômetros podem ser utilizados como sensores de solo afim de monitorarem sua umidade, já que estes são ferramentas acessíveis e de baixo custo.
REFERÊNCIAS
FAVARATO, Luiz Fernando. PRODUÇÃO DE ALFACE DE PRIMAVERA/VERÃO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO. INTELLETTO , Venda Nova do Imigrante, ES, Brasil, ano 2017, v. 2, ed. 1, p. 16-28, 26 jan. 2021. Disponível em: https://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/bitstream/item/2817/1/3-producao-de-alface-de-primavera-v2-n-1-2017.pdf. Acesso em: 22 jan. 2021.
SILVA, Bruna Abrahão. CULTIVO PROTEGIDO Em busca de mais eficiência produtiva!. Capa, [S. l.], 5 mar. 2014. HORTIFRUTI BRASIL, p. 10-18.