Cecília Donata Silva de Oliveira
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POR QUE SE PREOCUPAR COM A FASE DE CRIA?
Podemos categorizar a fase de cria de um rebanho como um segmento significativo em uma propriedade. Porem, a relevância desta fase se dá principalmente pelo fato de que as crias vão se tornar a reposição dos animais da fazenda, ou seja, o futuro da propriedade.
Apesar de a importância em relação a esta fase já ser conhecida pelos criadores, muitos cuidados ainda são negligenciados, ou seja, mesmo sendo uma etapa importante é comum observarmos animais com umbigos mal curados, sem consumo de colostro, instalados em ambientes inadequados e sem a devida higienização. Além disso, esses fatores podem resultar em uma maior propensão para o desenvolvimento de doenças e na elevação das taxas de morbidade e mortalidade de crias, ou seja, gerando perdas econômicas aos criadores.
FASES CRÍTICAS DA CRIA
No nascimento dos neonatos, os animais são submetidos a diversos desafios como:
- Adequação ao ambiente extrauterino;
- Colostragem adequada;
- Cura de umbigo;
- Adequação a dieta líquida.
Portanto, esta categoria carece de maior atenção. Principalmente no manejo, realizar o manejo inadequado destes animais em um período crítico pode refletir ao longo de toda a sua vida produtiva e reprodutiva! Afetando consideravelmente o seu desempenho porque a produtividade dos animais está diretamente correlacionada à genética, nutrição e a forma como é realizado o manejo sanitário dos animais. Por exemplo, ao aprofundarmos em práticas sanitárias, um dos fatores principais é a cura de umbigo dos neonatos.
CURA DE UMBIGO
As afecções relacionadas à estrutura do cordão umbilical são uma porta de entrada de agentes patogênicos que podem comprometer o desenvolvimento dos neonatos. A incidência destas afecções é mais comum em bezerros neotatos do que em outras espécies animais, e geralmente tem como consequência o óbito dos animais.
A maioria das afecções que acometem os animais têm como microorganismos causadores bactérias, como: Escherichia coli, Proteus spp., Staphylococcus spp. e Actinomyces (Corynebacterium) pyogenes. A incidência destes microorganismos está relacionada principalmente ao nível de contaminação do ambiente em que estes animais vivem nos primeiros dias de vida e também com falhas no momento da colostragem, que confere resistência imunológica aos animais.
Outro fator que merece atenção é a assepsia do umbigo dos neonatos, esta prática de manejo deve ser realizada o mais rápido possível. Falhas durante esta fase podem ocasionar quadros nos animais como: onfalite, onfaloflebite, onfaloarterite ou infecção do úraco. Estes, por sua vez, podem resultar em complicações como: osteíte, meningite, artrite, endocardite, cistite, infecções nos olhos, artérias terminais dos membros, orelhas e cauda.
Tabela 1: Efeito da desinfecção do umbigo sobre a mortalidade e a incidência de pneumonia em bezerros.
COMO REALIZAR A CURA DE UMBIGO
A correta desinfecção de umbigos de neonatos deve ser realizada com medicamentos de ação desinfetante, cicatrizante e repelente, não sendo recomendado o uso de mata bicheiras nem de iodo que é utilizado durante a ordenha de vacas em lactação. O iodo, apesar de ser um agente concentrado que promove a cicatrização, possui a presença de álcool que pode resultar na secagem do umbigo.
A cura de umbigo de bezerros recém nascidos é uma medida obrigatória em uma propriedade. Este manejo deve ser feito o mais rápido possível e devem ser adotadas medidas de higiene corretas, bem como o uso de um medicamento efetivo. A realização desta prática oferecerá benefícios como melhora na sobrevida de recém nascidos, redução da taxa de mortalidade dos animais e melhoria no desempenho dos mesmos ao longo da sua vida produtiva.
Referências:
JUNIOR. ANTONIO ROGERIO C. V. PRODUTO COMERCIAL COMPARADO À SOLUÇÃO DE IODO A 6 % NA PREVENÇÃO DE AFECÇÕES UMBILICAIS DE
BEZERROS RECÉM-NASCIDOS. Dissertação Mestrado – Apresentada à Universidade Federal de Viçosa, VIÇOSA MINAS GERAIS – BRASIL 2015.
TORQUATO. JANAÍNA MARIA. SOUZA. ONFALOPATIAS EM RUMINANTES E RELATO DE PERSISTÊNCIA DE ÚRACO EM BEZERRA DA RAÇA NELORE. Trabalho de conclusão de curso – Medicina Veterinária pela Univer