Cecília Donata Silva de Oliveira
O crescimento da ovinocultura no Brasil é proeminente, porém a cadeia produtiva carece de organização e o produto colocado a venda ainda é considerado um produto desuniforme e com pouca qualidade, ao qual podemos correlacionar com a falta de uma orientação técnica aos produtores. Para o produtor alcançar o máximo desempenho dos cordeiros além do potencial genético, a nutrição é um fator de extrema relevância para elevar a produtividade do animal é necessário o fornecimento de um alimento de qualidade. O Brasil possui um forte potencial de criação de ovinos a pasto, porém é necessário avaliar as condições de manejo em função das variações climáticas, para que se alcance sucesso no sistema.
As pastagens de certa forma, constitui uma base natural de alimentação sendo a forma mais barata e que exige menos trabalho para a produção de forragem. Os cordeiros são animais ruminantes, possuem a capacidade de aproveitamento de aumentos fibrosos, além do que manter os animais sob sistema de pastagem é possível observar benefícios indiretos como redução do uso de alimentos que também é destinado à alimentação humana, um produto com maior qualidade e menor teor de gordura na carne e ainda aumentar a produtividade a pasto sem a necessidade de abrir novas áreas.
Um dos entraves na produção de animais em sistema de pastagem, é a variação nutricional das forrageiras ao longo do ano, em função principalmente do clima. O Capim-napier, também conhecido como Capim Elefante é originário do continente Africano, porém apresentou excelente adaptação no Brasil, ele pode ser utilizado como pastagem, quando ainda novo e é uma gramínea rica em proteína, o que resulta em excelentes respostas na produção de leite e carne, é também utilizada como capineira quando atinge maior tamanho.
Todavia manter os animais apenas sob pastejo seria insuficiente para atender a demanda de nutrientes, devido ao teor de nutrientes das forrageiras oscilar de acordo com a sazonalidade, animais geneticamente mais produtivos, são mais exigentes nutricionalmente. Para amenizar os efeitos negativos que essa variação pode ter sob o desempenho de animais e atender a demanda de nutrientes do mesmo, faz-se necessário a escolha correta das forrageiras e também e suplementação proteica dos animais, visto que cordeiros em crescimento demandam proteína e apenas as pastagens pode não ser capaz de supri-lá.
A fonte proteica das rações tem sido o que encarece a mesma, portanto o seu uso deve estar em quantidade suficientes para atender a demanda dos ovinos, sem ultrapassar a exigência dos animais e haver gastos desnecessários, a suplementação permite explorar o seu máximo potencial genético, possibilita ganho de peso e abate precoce e contorna a deficiência nutricional de forrageiras, sendo necessário conhecer o ponto ótimo em que se deve fornecer a suplementação quanto a resposta da qualidade do produto animal e a viabilidade econômica da suplementação, também é possível aumentar a carga animal em uma mesma área devido à alternância de parte do consumo de forragem por suplemento.
A proteína supre o défict de nitrogênio, permitindo o aumento do consumo de forragem de baixa qualidade (que ocorre no período das secas) com isso maior ingestão de proteína e energia.
Tabela 1 – Valores médios para peso inicial (Pinical), peso final (Pfinal), peso de corpo vazio (PCV), peso corporal ao abate (PCA), ganho de peso médio total (GMT), ganho de peso médio diário (GMD), conversão alimentar (CA), consumo de MS em relação ao percentual do peso vivo (PPV) de cordeiros suplementados ou não com proteína bruta.
Adaptado de ALVARENGA (2013).
Podemos notar que de fato a suplementação proteica promove melhorias sob o ganho de peso dos animais, resultando em maior peso ao abate, como já citado anteriormente a suplementação deve ser realizada de maneira estratégica e sob acompanhamento de um técnico para obter resultados satisfatórios e que seja economicamente viável.
Referências:
- Alvarenga. FLÁVIO AUGUSTO P. TERMINAÇÃO DE CORDEIROS SOB PASTEJO COM TEORES CRESCENTES DE PROTEÍNA. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2013.