Autor: Otávio Canestri de Souza Andrade
ENTENDA COMO FUNCIONA ESSE PROCESSO E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A AGRICULTURA DE PRECISÃO!
Foto: Pixabay
A prática de amostragem do solo é um dos processos mais importantes e imprescindíveis para se obter sucesso durante a produção de determinada cultura. Além de ser uma ferramenta de informação ao produtor sobre a composição química e física do seu solo, ela possibilita ainda que ele tenha uma visão completa sobre a fertilidade e os nutrientes que estão disponíveis para plantas de sua lavoura, o auxiliando a conhecer melhor o seu terreno e tomar as melhores decisões em relação ao manejo.
Com o grande avanço das tecnologias e a busca por maiores e melhores produtividades no campo, uma prática de amostragem de solo que tem ganhado cada vez mais espaço e se destacado em meio a produção agrícola é a amostragem em grade que, ao contrário da amostragem convencional, se mostra como uma eficiente alternativa para o mapeamento e levantamento da variabilidade espacial de diferentes áreas.
O QUE É A AMOSTRAGEM EM GRADE
A amostragem do solo em grade assim como o nome sugere, é a divisão do terreno em uma grande “grade”, sendo dividida basicamente em pequenos polígonos regulares, que possuem na maioria das vezes, formato quadrado ou retangular. O solo é coletado no interior desses polígonos e recebe o nome de ponto amostral, podendo ser inserido na região central ou nas extremidades de maneira aleatória.
Veja a seguir uma imagem que exemplifica esse tipo de amostragem:
Alocação de pontos no centro (a) e aleatoriamente (b) dentro dos polígonos da grade
Fonte: LAP ESALQ (https://www.agriculturadeprecisao.org.br/)
COMO É REALIZADO ESSE PROCESSO
Em cada um dos pontos amostrais é recomendado coletar várias subamostras, uma quantidade de 7 a 12 em média, com um raio de aproximadamente 4 a 9 metros de distância entre uma e outra.
Fonte:
LIVRO AGRICULTURA DE PRECISÃO (https://www.agriculturadeprecisao.org.br/)
Todas essas subamostras coletadas são posteriormente unidas e homogeneizadas, formando então as chamadas amostras compostas. Essas, por sua vez, representam uma média geral daquele determinado polígono do ponto amostral.
Todo esse processo ocorre de forma que o produtor tenha uma amostra composta para cada ponto amostral. É importante destacar também, que quanto mais amostras simples foram feitas para cada ponto amostral, maior será a precisão dos resultados.
APLICAÇÕES E VANTAGENS
Após realizada todas as etapas de coleta das amostras e de posse dos resultados laboratoriais, é possível agora processar as informações, interpolar caso seja preciso e gerar mapas de fertilidade, indicando detalhadamente a disponibilidade de nutrientes em cada ponto amostral. Esse processo é extremamente vantajoso, principalmente para grandes produtores, pois permite que ele tenha uma visão aprofundada sobre cada subárea do seu talhão, identificando regiões mais férteis e outras que necessitam de manejos diferenciados.
Veja a seguir um exemplo de mapa de nutrientes, representando a quantidade de fósforo na área total do produtor:
Fonte: LAP ESALQ (https://www.agriculturadeprecisao.org.br/)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização de análises de solo é uma prática fundamental para o produtor que deseja conhecer melhor a sua área e identificar as necessidades que o seu solo possui. Tão importante quanto analisar o solo, é coletar amostras corretamente e de forma inteligente. Essa é exatamente a proposta da amostragem em grande: realizar a coleta de pontos estratégicos que permitam o levantamento da variabilidade espacial e detalhamento de cada subárea do produtor. Através dessa prática ele tem a possibilidade de conhecer cada ponto de sua lavoura, bem como as necessidades e adversidades de cada ponto, otimizando as operações, o manejo e obtendo melhores retornos financeiros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MENDES, L. G. – COMO FAZER AMOSTRAGEM DE SOLO COM ESTES 3 MÉTODOS DIFERENTES – Disponível em: https://blog.aegro.com.br/como-fazer-analise-de-solo/ acesso em 29/06/2020.