Gabriel Castillo
Universidade Federal de Lavras-3rlab
A cultura do café no Brasil está se destacando cada vez mais pela sua produtividade, esse fato se deve principalmente à adoção de tecnologias, principalmente na seleção de cultivares, irrigação, bem como nutrição e manejo das lavouras. Além do incremento na produtividade reforça a sustentabilidade da agricultura.
Sabe-se também que a cafeicultura é atacada por diversas pragas, e dentre as principais podemos destacar a cochonilha da raiz (figura 1). Esta que é um inseto sugador de seiva que coloniza as raízes do cafeeiro. Dentre as espécies que atacam a cafeicultura podemos destacar a Dysmicoccus texensis que vem incidindo principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Bahia.
Figura 1- Cochonilha responsável por atacar a raiz.
Os prejuízos causados pela cochonilha da raiz se devem ao fato do inseto se alimentar da seiva, ato que enfraquece a planta, podendo até ocasionar morte do cafeeiro. Além disso, um líquido açucarado é excretado nas fezes do inseto dando origem ao crescimento de fumagina (fungos do gênero Capnodium), está que recobre as folhas do cafeeiro com uma camada escurecida, o que reduz o processo de fotossíntese. Cabe ressaltar que esse mesmo açúcar é responsável por atrair formigas que entram em simbiose com a cochonilha da raiz, o que facilita sua disseminação e proteção.
A reprodução da cochonilha da raiz é feita por partenogênese, ou seja, as fêmeas depositam ovos férteis sem serem copulados. Sabe-se que em cerca de 60 minutos as ninfas eclodem e aumentam seu tamanho à medida que se alimentam da planta. Após 40 dias as ninfas se tornam adultas, com tamanho maior podendo viver mais 60 dias aproximadamente. Dessa maneira, seu ciclo de vida dura 100 dias em média.
As fêmeas adultas da cochinilha apresentam corpo ovalada, com coloração rósea e revestida por uma camada branca e cerosa. Sabe-se que temperaturas de 20 a 25ºC favorecem o desenvolvimento dessa praga observando-se cinco gerações desta por ano.
Sabe-se que a cochonilia da raiz ataca lavouras novas e velhas. Sendo que nas lavouras com idade inferior a cinco anos os prejuízos são maiores. Nestas lavouras, caso o ataque já tenha se instalado há mais tempo as plantas atacadas amarelecem e morrem devido à destruição das raízes. Basicamente, o ataque se inicia com uma pequena colônia instalada na raiz principal, logo abaixo ao colo da planta (figura 2) com pequeno numero de indivíduos e com o passar do tempo vai ocorrendo à reprodução das fêmeas adultas que aumentam substancialmente o numero de indivíduos da colônia.
Figura 2- Colônia de cochonilia da raiz na região do colo.
Sabe-se que além do cafeeiro, a cochonilha da raiz pode infestar plantas frutíferas, dentre estas a bananeira. É comum o plantio de bananeira consorciado com o cafeeiro ou utilizado como quebra vento da lavoura. Dessa maneira, podem servir como foco de infestação na cultura do cafeeiro. Cabe ressaltar que a cochonilia pode ser observada em algumas espécies de plantas invasoras, entretanto a cochonilha da raiz não as tem como preferência para hospedeiros.
Dessa maneira, para que se obtenha melhor controle da colchonilha é imprescindível realizar o bom monitoramento da lavoura. O monitoramento deve ocorrer a partir dos três primeiros meses após o plantio por meio de inspeções periódicas. Dessa forma, deve-se identificar a presença de reboleiras no campo e procurar a presença de colônias na raiz principal, região logo abaixo do colo das plantas que apresentarem sintomas de amarelecimento das folhas. Cabe ressaltar que a presença de formigas doceiras pode auxiliar na identificação das cochonilhas.
Caso seja haja a presença da praga, identificado as reboleiras deve-se efetuar o controle. O controle químico deve ser efetuado com a utilização de inseticidas de ação sistêmica, seja eles em formulações liquidas ou granulados. A aplicação deve ocorrer por via solo na projeção da copa do cafeeiro. Atualmente apenas dois inseticidas estão registrados para o controle da cochonilha da raiz no cafeeiro, ambos a base de dissulfoton.