Gabriel Castillo
Universidade Federal de Lavras-3rlab
Os micronutrientes são sete dos dezesseis nutrientes essenciais para as plantas. São eles: Boro (B), Cobre (Cu), Ferro (Fe), manganês (Mn), Molibdênio (Mo) e Zinco (Zn). Estes são utilizados pelas plantas em pequenas quantidades quando comparadas aos macronutrientes. Entretanto, sua falta pode ocasionar enormes perdas na produtividade. Dessa forma, são tão importantes quanto os macronutrientes.
Cabe ressaltar que a disponibilidade dos micronutrientes para as plantas é afetada por características do solo tais como: textura, mineralogia, teor de matéria orgânica, pH, umidade e condições de oxi-redução e interação entre os nutrientes. Sendo assim, é de extrema importância compreender a dinâmica dos micronutrientes nos diferentes tipos de solo e das diferentes necessidades das culturas para que se possa melhor definir as doses, fontes e planejamentos nutricionais desses micronutrientes para que se possa almejar grandes produtividades.
Como foi citado acima, dentre esses micronutrientes encontra-se o boro (B), que tem como função nas plantas: desenvolver raízes, metabolizar carboidratos, transportar açúcares, fazer síntese de ácidos nucléicos (DNA e RNA), síntese de fito hormônios, divisão celular e colabora com o cálcio na formação das paredes celulares. Além disso, tem como participação direta na fase reprodutiva: atua na germinação do grão de pólen, crescimento do tubo polínico, auxilia no maior pegamento da florada diminui o chochamento de grãos e aumenta a granação.
O boro é absorvido pelas plantas na forma de ácido bórico e boratos, H3BO3 e B(OH)4- respectivamente. O B é imóvel no floema da planta, dessa forma sua melhor utilização ocorre quando este é proveniente do solo. Entretanto alguns fatores podem afetar o teor de boro no solo, tais como: alta precipitação, principalmente nos solos arenosos, ocasionando maior lixiviação e consequente menores teores no solo; baixo teor de matéria orgânica ou baixa taxa de mineralização desta podem diminuir o teor desse micronutriente, uma vez que grande parte de B se encontra preso na matéria orgânica e pH do solo, uma vez que na faixa pH entre 6 e 7 ocorre a máxima disponibilidade de boro. A seguir, na tabela 1 se encontram os limites para interpretação dos teores de micronutrientes no solo para as culturas anuais na região do Cerrado. FUNDAÇÃO MS. 2010
Tabela 1- Parâmetros para interpretação de análise de solos de micronutrientes para culturas anuais.
Na cultura da soja a deficiência de boro pode desorganizar os vasos condutores, diminuir a germinação do grão de pólen e o crescimento do tubo polínico. Como esse micronutriente tem baixa mobilidade na planta os sintomas de deficiência são encontrados primeiramente nos tecidos jovens e recém formados. Além disso, a deficiência de B pode ocasionar o superbrotamento, devido à morte da gema apical e enrugamento das folhas (figura 2).
Figura 2- Sintomas da deficiência de boro na cultura da soja.
Como já foi citado acima, o boro não é móvel no floema da planta. Dessa forma a aplicação de boro via foliar tem como objetivo suprir a flor de soja, objetivando-se melhor fecundação e dessa forma, previne-se o abortamento de flores e/ou vagens. Sendo assim, a aplicação foliar de Boro deve acontecer antes da florada, recomenda-se que ocorra no estádio V4 momento em que a planta da soja define seu potencial produtivo ou V5. Uma ou duas aplicações são suficientes.