Giane Lima Nepomuceno
Universidade Federal de Lavras – 3rlab.
O manejo alimentar é especifico e sujeito as variações de acordo com raça, linhagem, sexo, estágio de desenvolvimento, balanceamento nutricional da dieta, condições ambientais, sanidade do animal, estágios fisiológicos entre outros. E para um bom desempenho produtivo é preciso que a produção seja dividida e classificadas em categorias, visto que cada etapa fisiológica possui particularidades e necessidades diferenciadas, o que exige para cada uma um manejo diferenciado para sua melhor potencialização. E segundo SOBESTIANSK, 1998. Os tipos de produção podem ser definidos pelo produto a ser comercializado ou pelas fases de criação existentes na propriedade, sendo o ciclo completo uma criação que abrange todas as fases da produção e que tem como produto o suíno terminado. Esse é o tipo de produção mais usual em todo o país e independente do tamanho do rebanho. As categorias em que se divide o rebanho: fêmeas gestantes, fêmeas em lactação, reprodutores, leitões pré-inicial, inicial e terminação.
Os suínos (figura 1) são classificados como animais monogástricos por possuírem estômago simples e ceco não funcional, o que lhes confere três características digestivas básicas:
Figura 1: Suínos são classificados como animais monogástricos por possuírem estômago simples e ceco não funciona
Pequena Capacidade de Armazenamento: O suíno tem uma baixa capacidade de armazenamento de alimentos. Isso determina um manejo alimentar com duas ou mais refeições diárias para dietas restritivas.
Baixa Capacidade de Síntese de Nutriente: Excetuando algumas vitaminas do complexo B, sintetizadas indiretamente pelos microrganismos que habitam o ceco, o suíno não apresenta mapas metabólicos de sínteses endógenas importantes.
Baixo Aproveitamento de Fibras: A morfofisiologia do trato digestivo suíno não oportuniza condições para microrganismos que utilizam como substrato materiais fibrosos.
Crescimento do suíno
O crescimento dos suínos varia de acordo com alguns fatores, tais como:
- Disponibilidade de nutrientes;
- idade;
- genética;
- condição sanitária de criação.
Inicialmente, o suíno ganha peso rapidamente. Após esse período, entre os 30 e 120kg, o crescimento é de forma linear e, após esse período, o crescimento desacelera, chegando a uma estagnação.
Para facilitar o manejo nutricional dos animais, é pratica dividir o período decrescimento dos animais em fases:
Gestação: nessa fase devemos restringir a energia da dieta das fêmeas, mantendo o fornecimento dos demais nutrientes.
Lactação: a maximização do consumo deve ser a regra dessa fase, com o objetivo de se aumentar a produção de leite para os leitões.
- Leitões do nascimento ao desmame: nessa fase é importante que os animais recebam colostro antes das primeiras 24 horas de vida, que serve como fonte de energia e fornece os anticorpos necessários para o crescimento dos animais e a resistência a doenças.
- Leitões pós-desmame: é uma fase extremamente delicada e complexa do ponto de vista nutricional. Nessa fase, os animais trocam sua alimentação de liquida (leite) para sólida (ração);
- Crescimento: fase que vai dos 25 aos 60kg, representa 20 – 25% dos custos de alimentação. É nessa fase que o crescimento de tecido magro é o maior em toda a vida do animal, fazendo com que níveis nutricionais diferenciados sejam necessários.
- Terminação: representa 50 – 55% dos custos de alimentação, e vai dos 60kg até o abate dos animais. Por representar a maior parte dos custos, nessa fase devem ser focados esforços para a diminuição dos custos de produção totais (figura – 2). Dietas diferenciadas para machos e para fêmeas, ou de verão e inverno podem ser interessantes do ponto de vista econômico. A eficiência alimentar do suíno é inversamente proporcional ao seu peso. Isso se justifica porque, na medida em que aumenta o peso vivo há redução dos percentuais de água, proteína e cinzas, e aumento da gordura.
Figura 2: Ração, alto custo na produção de suínos.
Exigências
Para cada estado fisiológico do animal ocorre um demanda de energia diferenciada e para manutenção de todas as atividades metabólicas se faz necessárias exigências diferenciadas que são supridas em quantidades e proporções de nutrientes diferentes. E para alcançar um bom desempenho ocorre dependência do conhecimento da disponibilidade dos nutrientes dos alimentos e das exigências nutricionais dos suínos em seus vários estágios fisiológicos.
As exigências nutricionais dos suínos estão na dependência de vários fatores como: raça, linhagem, sexo, genótipo, estágio de desenvolvimento do animal, consumo de ração, nível energético da ração, disponibilidade de nutrientes, temperatura ambiente, umidade do ar, estado sanitário do animal, além de outros. Existe mais de uma literatura que pode ser consultada a cerca destas exigências nutricionais dos suínos sendo o mais recomendado e atualizado os modelos propostos por Rostagno, 2005.