GABRIEL CASTILLO
Universidade Federal de Lavras | 3rlab
O tomate é uma das hortaliças mais populares no mundo. O Brasil está entre os dez maiores produtores mundiais de tomate. Sabe-se que a cultura do tomateiro tem aproximadamente 4,8 milhões de hectares plantados no mundo todo.
Entretanto, a cultura é suscetível a diversas pragas e doenças e devido a isso o controle químico representa boa parte dos custos de produção, ficando em média 30% dos gastos para o produtor. Dentre as principais pragas do tomateiro esta a mosca branca (Bemisia argentifolii), uma vez que a incidência de ataques vem causando grandes prejuízos aos produtores não só de tomate. Sabe-se que essa mosca ataca e explora um grande número de plantas hospedeiras, tais como: melancia, pepino, brócolis, batata, feijão, algodão, pimentão, fumo, tomate e entre outros.
A mosca branca é um inseto da ordem Hemiptera subordem Sternorryncha e família Aleyrodidae, com cerca de 126 gêneros e mais de 1.200 espécies, sendo a Bemisia argentifolii e a Bemisia tabaci as responsáveis pelos principais prejuízos causados no país. Os adultos (figura 1) possuem coloração amarelo-pálida e medem de 1 a 2 mm e a fêmea é maior que o macho. O ciclo de vida do inseto depende de sua alimentação e temperatura, do estágio de ovo até adulto o inseto leva cerca de 18, 19 dias. O ovo é de coloração amarela e medem cerca de 0,2 a 0,3 mm, e são depositados pela fêmea na parte inferior da folha. As ninfas (figura 2) são translúcidas e apresentam coloração amarelada. Sabe-se que a mosca é vetor de vírus, podendo causar perdas significativas na cultura do tomateiro, podendo variar de 40 a 70%, além disso, quando o vírus infecta plantas jovens o seu crescimento é paralisado.
Figura 1- Mosca branca na fase adulta.
Figura 2- Ninfas da mosca branca.
Sabe-se que os períodos secos e quentes favorecem o desenvolvimento e a dispersão da praga. Dessa maneira, são observados maiores índices populacionais no período seco.
Os principais danos se devem ao fato da mosca branca sugar a seiva das plantas, ocasionando alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta. Dessa maneira, debilita a planta, além de causar murcha, queda de folhas, amadurecimento irregular dos frutos e perda destes causados pela injeção de toxinas enquanto se alimenta da seiva. Além disso, é capaz de liberar excreções açucaradas que favorecem o desenvolvimento de fumagina nas folhas, diminuindo assim o processo de fotossíntese.
Controle
Para melhor sucesso no controle da mosca branca na cultura do tomateiro é interessante que se utilize a integração do controle cultural, controle biológico e controle químico.
O controle cultural constitui-se de uma série de práticas agrícolas que visam deixar o ambiente desfavorável ao desenvolvimento e sobrevivência da mosca branca. Para tal finalidade é recomendado: plantio de mudas sadias uso de barreiras vivas, uso de armadilhas, eliminar plantas invasoras, eliminar restos culturais e utilizar cultivares resistentes.
Várias espécies de inimigos naturais têm sido identificadas para que se realize o controle biológico. Dentre as espécies de inimigos naturais da mosca branca se encontram os predadores das ordens Hemiptera, Neuroptera, Coleoptera e Diptera. Entre os parasitóides se encontram os gêneros Encarsia, Eretmocerus e Amitus. Cabe ressaltar que a adoção de medidas de controle adequadas, tais como práticas culturais, cultivares resistentes e uso racional de inseticidas podem favorecer o aumento no número de inimigos naturais da mosca branca.
O controle químico deve ser realizado de maneira racional e utilizando-se de produtos registrados para o controle da mosca branca, tais como os dos grupos: ditiocarbamato, fosforado, piretróide, neonicotinóide, piridazinonas e tiadiazina. Além disso, deve-se utilizar as dosagens recomendadas nos rótulos dos produtos.
É recomendado o emprego de óleos (0,5% a 0,8%), sabões e detergentes neutros (0,5%) aplicados em alta pressão. Esses produtos diminuem a ovoposição da mosca branca, além de causarem transtornos no desenvolvimento das ninfas, uma vez que estas não se alimentam da superfície tratada com óleo e acabam morrendo por desidratação.
Além disso, é de extrema importância realizar a rotação e produtos com diferentes princípios ativos. A rotação tem como objetivo aumentar a vida útil dos inseticidas. Não se deve realizar a mistura de inseticidas, uma vez que não tem eficiência, somente pode realizar as misturas já registradas. Cabe ressaltar também que aplicar um só produto e aumentar sua dose favorece a seleção de populações resistentes, dificultando ainda mais o controle da mosca branca.