MARCELO HENTZ RAMOS
PhD| Diretor 3rlab
Dr. Don Niles, sócio da fazenda Dairy Dreams em Casco, Wisconsin, diz que não existe um único milagre para um bom programa de reprodução e transição de novilhas para primíparas, ele acredita em vários pontos de extrema importância. “Uma taxa de prenhez de 20% era a meta, hoje 30% é a nova meta”. Ele leva em consideração: melhor nutrição, programas de inseminação artificial (IA) programados e estratégias de genética para alcançar a nova meta. Dr. Niles, discute abaixo como conseguiu alcançar 30% de taxa de prenhez em um rebanho com 2.800 vacas em lactação, ordenhadas 3 vezes ao dia, com média de 41 kg/leite por vaca/dia (figura 1).
“Ter um bom plano de transição, escore de condição corporal (ECC), boa nutrição e um bom programa de reprodução funcionam em sincronia”. Ele define um bom programa de transição como tendo vacas limpas e saudáveis entregues para o pessoal da reprodução, bom programa visando energia e controle de cetose. “Cetose é um bom indicador de como as vacas estão sendo manejadas durante a transição do ponto de vista de energia”.
Na fazenda todas as vacas recém-paridas são testadas semanalmente para cetose e são retiradas do lote de pós-parto somente após dois testes de cetose relatarem valores menores do que 1.2. Manutenção do ECC torna-se mais fácil devido a melhora na reprodução. Bons resultados em ECC resultam em bons resultados na reprodução e vice-versa. “Nutrição é crítica para um sólido programa de reprodução, mas não é mais importante do que outras áreas”.
Todas as vacas abertas são checadas para corpo lúteo (CL) e se um CL esta presente estas recebem prostaglandina. Se um CL não esta presente a vaca recebe CIDR com uma dose de GnRH. Em adição o pessoal da reprodução utiliza alguns critérios para definir se animais serão inseminados ou não. “Em geral, vacas na primeira lactação precisam estar produzindo pelo menos 36 kg de leite/dia de leite corrigido por gordura, vacas em segunda lactação pelo menos 41 kg/dia de leite corrigido por gordura, e vacas com lactações superiores precisam estar produzindo pelo menos 46 kg/dia, qualquer animal que esta abaixo destes valores não é inseminado.
Na fazenda todos os animais recebem um escore genético de acordo com um modelo desenvolvido na fazenda e apelidado de DDINX (Dairy Dream Index). Neste índice taxa de prenhez da filha representa 50%, kg de proteína representa 40% e kg de gordura representa 10%. As 50% melhores novilhas são inseminadas duas vezes com sêmen sexado. As 50% piores novilhas recebem embrião até duas vezes. Prímiparas de alto valor genético recebem sêmen sexado uma vez. Dr. Niles acredita que o compromisso com a melhora genética é critico para manter o rebanho na liderança em um mundo competitivo. “Novos avanços em genética tem sido alcançado a uma taxa muito rápida”.
Figura 1 – Vista das instalações da fazenda.
Adaptado de: “No cow left behind and other strategies for reproduction success from Dairy Dreams” Progressive Dairyman, 25 de agosto, 2016.