Giane Lima Nepomuceno
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
Na agropecuária leiteira buscamos alternativas para intensificar a produção através de: melhorias no potencial genético dos animais, na qualidade da alimentação fornecidas aos animais e na sanidade de seu rebanho. Estes três fatores agindo em conjunto proporcionarão um aumento nos índices zootécnicos da fazenda, melhorando o ciclo de produção e aumentando o giro de capital na propriedade. Na produção animal, um fator importante é a qualidade da água, podendo interferir negativamente no sistema produtivo em caso de estar carreando substâncias químicas indesejáveis e microrganismos patogênicos. Como a água é um elemento indispensável à vida animal, é necessário que se adotem medidas para garantir, tanto quanto possível, suas características, a fim de que seja própria ao consumo.
A água é um nutriente essencial para todos os seres vivos, nos animais ela corresponde a cerca de 50% a 80% do peso vivo. Por ser o constituinte de maior abundância no organismo, a quantidade e qualidade da água fornecida aos animais é de fundamental importância para o seu desempenho produtivo, ela deve ser limpa, inodora, incolor, insípida e abundante.
Segundo Campos (2006), a água ingerida pelos bovinos tem a função de nutrição do tecido celular e compensar as perdas ocorridas pelo leite, fezes, urina, saliva, evaporação (suor e respiração) e também para manter a homeotermia (temperatura do corpo constante), regulando a temperatura do corpo e dos órgãos internos, a água também é necessária para o metabolismo animal. Apesar de existir uma série de dados referentes ao consumo de água, não se pode esquecer que elevadas temperaturas aumentam as necessidades de água. Da mesma forma, fatores como raça, volume de produção, manejo, entre outros irão influir no consumo de água. Na tabela 1 a seguir, são apresentados dados de consumo de água por bovinos leiteiros em sistema de produção.
Tabela 1: Consumo de água por bovinos leiteiros.
A maioria das propriedades utilizam aguadas provenientes de açudes, onde a água é capitada no período das chuvas, não ocorrendo renovação, e onde os animais entram, defecam e urinam, podendo provocar diferentes doenças. De acordo com Cervoni (2006), a principal fonte de contaminação de cistercose é a água poluída. Neosporose, toxoplasmose e eimeriose são enfermidades causadas por protozoários e que podem contaminar os bovinos por meio de ingestão de água contaminada.
Dentre as causadas por bactérias, destacam-se a brucelose, salmonelose, botulismo hídrico e outras. Uma forma de prevenção, ou de, pelo menos, diminuir a incidência dessas enfermidades é o fornecimento de água com qualidade. A água com qualidade comprometida pode ser responsável pela perda de peso, falta de apetite, transtornos alimentares, e até levar o animal à morte.
Apesar do aparente custo elevado na instalação de bebedouros numa propriedade, este investimento é de fundamental importância, pois além de possibilitar o fornecimento de água de qualidade para os animais, aumentando os índices zootécnicos é recomendada a largura mínima do corredor de 4,3 metros, permitindo pelo menos 1,5 m de passagem livre no corredor caso uma vaca esteja atravessada, bebendo água. Muitas instalações trabalham com 2,4 m a 3,7 m. Considerando que a largura do bebedor geralmente é de 0,60 m, pode sobrar muito pouco espaço para o tráfego dos animais (figura 1).
Figura 1 – Sugestão de um bebedouro adequado.
Conhecer a qualidade da água na produção animal através de análises laboratoriais pode contribuir para um melhor desempenho zootécnico e melhor lucratividade em sua propriedade.