Giane Lima Nepomuceno
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
PERCEVEJOS DE CAMA
A Cimex lectularius é um parasita sugador de sangue comum nos climas temperado e subtropical que ataca na produção de aves. É rara nas criações de poedeiras modernas. O ciclo de vida pode ser completado em 4 a 6 semanas ou se estender por muito mais tempo, pois as ninfas podem suportar um jejum de cerca de 70 dias, e os adultos um jejum de até 12 meses. A alimentação geralmente ocorre à noite. Os percevejos se ingurgitam dentro de 10min, e depois se escondem nas frestas e rachaduras. Se forem atacadas por um grande número de percevejos, as aves podem-se tornar anêmicas. As picadas são geralmente acompanhadas por inchaço e coceira devidos à injeção de saliva no interior do ferimento.
O controle é obtido por meio de limpeza completa dos galpões, redução dos locais de esconderijo para os percevejos e aplicação de spray em alta pressão completa dos galpões como a realizada para o controle dos carrapatos aviários.
PULGAS
A Echidnophaga gallinacea é exclusiva entre as pulgas das aves no sentido de que os adultos se tornam parasitas sésseis e geralmente permanecem presos à pele da cabeça por dias ou semanas. As fêmeas adultas ejetam forçadamente seus ovos de forma que eles atinjam a cama circundante. As larvas se desenvolvem melhor em uma cama arenosa e bem-drenada. A irritação e a perda de sangue podem causar anemia e morte, particularmente nas aves jovens.
A pulga-ocidental-das-galinhas (Ceratophyllus niger) parece se confinar à área da costa do Pacífico (EUA). Essa pulga geralmente se acasala nas fezes e só se alimenta ocasionalmente nas aves. A pulga-dos-pintos-européia (C. gallinae) é disseminada nos EUA. Ela se acasala nos ninhos e só vai para as aves para se alimentar. Ataca muitas outras aves além dos frangos. As medidas de controle mais importantes são a remoção da cama infestada e a pulverização da superfície da cama com carbarila, coumafos ou malation para matar as pulgas imaturas.
MOSCAS E BORRACHUDOS
Borrachudos – As Simulium spp (Simuliidae) são sugadores de sangue e transmitem a leucocitozoonose em aves. São mais abundantes nas zonas temperadas setentrionais e subárticas, mas muitas espécies ocorrem nas áreas tropicais. Frequentemente atacam em enxames e causam anemia e morte das aves tanto diretamente como através de transmissão da doença. O controle dos borrachudos é extremamente difícil, pois os estágios imaturos se restringem à água corrente, que se encontra frequentemente a certa distância da granja de aves. Pode-se conseguir um controle de larvas com aplicações de temefós durante o início da primavera antes que os adultos emerjam. Exigem-se telas de 24 tramas por 2,54cm ou menores para o controle dos adultos. As medidas recomendadas para o controle de mosquitos são aplicáveis para o controle dos borrachudos.
Piuns – As Culicoides spp (Ceratopogonidae) transmitem um microrganismo semelhante ao da malária (Haemoproteus nettionis).
Mosca-dos-pombos – A Pseudolynchia canariensis (Hippoboscidae) é um parasita importante dos pombos nas áreas quentes ou tropicais. Pode transmitir o Haemoproteus columbae, que causa a malária-dos-pombos. Também pode causar perdas fortes nas aves implumes. Deve-se limpar o galpão a cada 20 dias e pulverizar as aves implumes com piretro em pó.
CARRAPATOS AVIÁRIOS
A Argas persicus ocorre mundialmente nos países tropicais e subtropicais e é o vetor da Borrelia anserina. Nos EUA, o complexo da espécie A. persicus foi dividido para incluir a A. sanchezi e a A. radiatus, bem como a A. persicus. Esses carrapatos são particularmente ativos na avicultura durante o tempo seco e quente. Podem-se encontrar todos os estágios se escondendo nas rachaduras e frestas durante o dia. Podem-se encontrar as larvas nas aves, pois elas permanecem presas e se alimentam por 2 a 7 dias. As ninfas e os adultos se alimentam à noite em cerca de 15 a 30min. As ninfas se alimentam e mudam várias vezes antes de alcançarem o estágio adulto. Os adultos se alimentam repetidamente e as fêmeas põem 50 a 100 ovos após cada alimentação. As fêmeas adultas podem viver no mínimo 4 anos sem uma refeição de sangue.
Além de serem vetores de algumas doenças aviárias (espiroquetose aviária, egiptianelose e cólera aviária), os carrapatos aviários produzem anemia (mais importante), perda de peso, depressão, toxemia e paralisia. A produção de ovos se reduz. Podem-se observar manchas vermelhas na pele na qual os carrapatos se alimentam. Como os carrapatos são noturnos, as aves podem demonstrar certa agitação quando se empoleiram. As perdas por morte são raras, mas pode-se deprimir severamente a produção.
Após limpar o aviário, devem-se tratar completamente as paredes, tetos, rachaduras e frestas (utilizando-se um aplicador de spray de alta pressão) com carbarila, cumafós, malation, estirofós ou uma mistura de estirofós e diclorvos (figura 1).
Figura 1- Principais ectoparasitas
PIOLHOS
Os piolhos aviários (figura 2), que pertencem à ordem Mallophaga, possuem um ciclo vital de cerca de 3 semanas e se alimentam normalmente de pedaços de pele ou produtos de penas. Os piolhos podem viver por vários meses no hospedeiro, mas permanecem vivos somente por cerca de 1 semana fora dele. O homem e outros mamíferos podem albergar os piolhos aviários, mas somente temporariamente.
Figura 2 – Piolho Aviário.
Nas criações intensivas de aves, o piolho mais comum e mais economicamente importante tanto nos frangos como nos perus é a espécie Menacanthus stramineus. Ele perfura as quilhas macias próximo à sua base, ou mastiga a pele na base das penas e se alimenta de sangue. A avicultura são menos comumente infestadas pela Menopon gallinae (nos canhões das penas), a Lipeurus caponis (principalmente nas penas das asas), a Cuclotogaster heterographa (principalmente na cabeça e no pescoço), a Goniocotes gallinae (muito pequeno, na penugem), a Goniodes gigas (o piolho grande das galinhas), a Goniodes dissimilis (o piolho marrom das galinhas), a Menacanthus cornutus (o piolho corporal), a Menacanthus pallidulus (o piolho corporal pequeno) ou a Oxylipeurus dentatus. Como os piolhos se transferem de uma espécie aviária para outra quando os hospedeiros se encontram em contato íntimo, podem-se infestar outras aves domésticas e engaioladas com espécies de Mallophaga que são geralmente hospedeiro-específicas.
As populações fortes do piolho corporal das galinhas reduzem o potencial reprodutivo nos machos, a produção dos ovos nas fêmeas e o ganho de peso nas galinhas em crescimento. As irritações cutâneas são também locais para infecções bacterianas secundárias. Outras espécies de piolhos não são altamente patogênicas para aves maduras, mas podem ser fatais aos pintos. O exame das aves, particularmente ao redor do ânus e sob as asas, revela ovos ou piolhos se movimentando na pele ou nas penas.
Os piolhos são geralmente introduzidos em uma granja por meio de equipamento infestado (como engradados e suportes de ovos) ou por meio de aves galiformes. Os piolhos são melhor controlados em galinhas ou perus engaiolados por meio de aplicação de spray de piretróides, carbarila, coumafos, malation ou estirofos. As aves no piso são mais facilmente tratadas por uma dispersão do pó de carbarila, coumafos, malation ou estirofos na cama.