Gabriella Lima Andrade de Sousa
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
O mofo branco, também conhecido como podridão branca, é causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, sendo atualmente, uma das principais doenças da cultura da soja pelos prejuízos ocasionados nas últimas safras e pela dificuldade de controle.
A disseminação se dá principalmente pelas sementes, que podem estar infectadas com o micélio do fungo, ou por meio da contaminação, devida à presença de estruturas de sobrevivência denominadas de escleródios (figura 1). A introdução do patógeno em novas áreas ocorre em geral via sementes contaminadas.
Figura 1- Escleródios de S. sclerotiorum associados às sementes de soja
As condições de clima favoráveis para seu desenvolvimento são alta umidade e temperaturas amenas (20 a 25ºC). Nesta situação, uma lavoura de soja pode sofrer, em média, perdas de 30% ou mais, em períodos chuvosos e quando medidas preventivas não são tomadas.
Os sintomas iniciais da doença são lesões encharcadas nas folhas ou qualquer outro tecido da parte aérea que normalmente tenham tido contato com as flores infectadas. As lesões espalham-se rapidamente para as hastes, ramos e vagens. Nos tecidos infectados aparece uma eflorescência branca que lembra algodão, constituindo os sinais característicos da doença (figura 2).
Figura 2- Sintomas de mofo branco (S. sclerotiorum) em soja
Até a cultura chegar ao florescimento, dificilmente a doença se torna importante. Após este período, a doença é disseminada rapidamente porque a flor é fonte primária de energia, servindo de alimento para o fungo iniciar novas infecções. Quando a cultura é colhida, os escleródios formados nos tecidos vegetais podem cair ao solo e novamente tornarem-se fonte de inóculo para a próxima cultura, multiplicando-se sucessivamente quando houver plantas hospedeiras.
Para o manejo de mofo branco, é importante salientar que atualmente não há disponibilidade de cultivares de soja geneticamente resistentes a S. sclerotiorum, podendo sim haver diferenças de suscetibilidade entre elas. Para isso, recomenda-se a realização do manejo integrado, que envolve várias ferramentas visando o controle da doença. Estas ferramentas estão presentes antes mesmo da semeadura da soja. O produtor deve seguir as indicações de cada parte do processo de maneira correta para garantir o controle da doença.
As formas de prevenção do mofo branco constituem na utilização de sementes sadias; racionalização do volume de água na lavoura; fuga de épocas muito favoráveis como alta umidade e temperaturas mais baixas; incremento de micro-organismos antagônicos no solo como o Trichoderma spp.; cobertura do solo com Brachiaria, visando uma barreira física à germinação dos escleródios presentes no solo; rotação de cultura com gramíneas e utilização de fungicidas em tratamento de sementes e parte aérea.
A aplicação de fungicidas em parte aérea pode ser necessário quando outras medidas não são suficientes para assegurar o controle. Ainda podem influenciar no sucesso de controle, pois afetam a aeração e o sombreamento da lavoura, o espaçamento de plantas, a densidade de semeadura e a arquitetura da planta.
Diante do artigo apresentado, fica claro os grandes prejuízos causados pelo mofo branco na cultura da soja. Por isso, é muito importante que o produtor se informe sobre o assunto e busque a ajuda de um profissional para adotar todas as medidas preventivas disponíveis no controle do mofo branco, visando reduzir os custos e obter os benefícios esperados.