Gabriella Lima Andrade de Sousa
Universidade Federal de Lavras – 3rlab
A lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) tem ocorrência nas regiões temperadas e tropicais do continente americano. É uma praga que ataca mais de 60 espécies de plantas, causando sérios danos a várias culturas de importância econômica, como milho, cana-de-açúcar, trigo, soja, arroz, feijão, sorgo, amendoim e algodão. Perdas atribuídas ao ataque desta lagarta no milho pode chegar até a destruição total da lavoura.
O inseto adulto possui aproximadamente 20 milímetros de envergadura, com asas anteriores escuras nas fêmeas, e claras na parte central com margens escuras nos machos (figura 1). A deposição de ovos pelas fêmeas chega em média de 100 a 120 ovos durante todo seu período de vida. Os ovos são inicialmente claros, passando a ter uma coloração avermelhada próximo à eclosão da lagarta.
Figura 1: Fêmea (A) e macho (B) adultos de Elasmopalpus lignosellus
A lagarta nasce após um período de incubação de 3 dias após a oviposição, alimentando-se inicialmente das folhas, descendo em seguida para o solo, penetrando no colmo da planta logo abaixo do nível do solo, passando a se alimentar do seu interior. Seu corpo é esverdeado com anéis e listras de coloração vermelho-escura, possuindo aproximadamente 16 milímetros (figura 2). Geralmente fica associada na parte externa da planta hospedeira, construindo um casulo com restos vegetais, terra e teia, dentro do qual se abriga. O período larval termina em torno de 18 dias, a lagarta transforma-se em crisálida, no solo, próximo da haste da planta e, após 8 dias, emerge o adulto.
Figura 2: Características da lagarta-elasmo
A planta é atacada pela lagarta somente até atingir uma altura média de 35 centímetros. Geralmente, o agricultor percebe o ataque da praga através das inúmeras falhas na lavoura. O dano é causado na região do colo da planta, penetrando no colmo e fazendo galerias no seu interior, provocando perfilhamento, podendo chegar até a morte (figura 3). O ataque pode ser visualizado pelo murchamento e pela seca das folhas centrais, que se destacam com facilidade ao serem puxadas. Pode ocorrer a destruição da região de crescimento ou dos tecidos responsáveis pela condução de água e nutrientes.
Figura 3: Ataque de elasmo no milho
Algumas estratégias de controle
Controle biológico
O impacto dos inimigos naturais sobre a lagarta-elasmo é considerado baixo, embora sejam um importante componente regulatório de população de insetos. Isso se explica devido ao hábitat protegido da lagarta quando se alimenta no interior do colmo ou quando se encontra no abrigo de teia e terra construído pelo inseto e localizado no solo. Entretanto, vários parasitóides, vírus e os fungos Aspergillus flavus e Beauveria bassiana são relacionados como inimigos naturais de elasmo.
Controle cultural
Uma das técnicas mais antigas empregadas para o controle de elasmo é o uso do controle cultural. A prática de queimada na área antes de ser cultivada e em áreas adjacentes aumenta significativamente a ocorrência do inseto. Os adultos respondem por um estimulo olfativo, sendo atraídos pela fumaça, favorecendo a oviposição nesses locais.
O principal fator abiótico que pode ser utilizado no manejo de elasmo é a alta umidade do solo, pois age negativamente em qualquer estágio do ciclo biológico da praga. Porém, a sua importância é maior no início da fase larval, causando alta mortalidade
Controle químico
Entre os métodos de aplicação de inseticidas para o controle dessa praga, o tratamento de sementes, pela sua praticidade, custo e eficiência, é o mais empregado. Contudo, em áreas onde não foi utilizado o tratamento de sementes, tem-se como opção de controle a aplicação de inseticida com jato dirigido para o colo da planta, desde que o ataque seja identificado logo no início. Nessa condição, o controle evita que a lagarta passe de plantas atacadas para plantas sadias, aumentando o dano inicial.
Diante do artigo apresentado, fica claro os danos que a lagarta-elasmo causa na cultura do milho. O importante é manter o constante monitoramento da lavoura, a correta identificação das pragas e conhecimento do nível de controle a ser utilizado. Através dessas informações, com o auxílio de um profissional capacitado, pode-se recomendar e empregar o melhor método de controle para a lavoura.