Gabriel Castillo
Universidade Federal de Lavras-3rlab
Neste capítulo serão abordados os principais pontos a serem seguidos com relação ao local onde será realizado a compostagem: condições recomendadas de umidade, temperatura e aeração do composto
Local
Na busca pela obtenção de um composto de boa qualidade são necessários alguns cuidados com relação ao local onde será realizado a compostagem (figura 1). Basicamente, o local deve ter acesso fácil permitindo com que o maquinário realize manobras, bem como possuir estradas próximas facilitando a chegada de matéria prima e também para a retirada do composto depois de pronto. É aconselhável, para melhor praticidade, que o local esteja próximo de onde se encontra a fonte de material palhoso, uma vez que este será utilizado em maior quantidade.
Figura 1- Pátio de compostagem
Este local deve possuir também uma fonte de água, já que o material é molhado várias vezes, à medida que os materiais são colocados e nos momentos em que se reviram os memos. Também deve apresentar baixa declividade, para que facilite o preparo e manejo do composto, bem como permita a drenagem do excesso de água (é aconselhável declividades de no máximo 5%). Lembrando, que estes pontos são para fermentação aeróbica, logo o local a serem realizados os procedimentos deve ser a céu aberto.
Umidade
No processo de compostagem, decomposição da matéria orgânica, a umidade é extremamente importante, uma vez que garante a atividade microbiológica, principalmente para dissolver os nutrientes necessários para o desenvolvimento celular. A umidade considerada ideal para a decomposição do material é de 40 a 60%. Sabe-se que quando abaixo de 35% a atividade microbiana é comprometida, e acima de 60% pode haver comprometimento na aeração do composto, tornando o ambiente propício às condições anaeróbicas.
Quando a umidade está baixa, recomenda-se irrigar uniformemente o material e quando em excesso deve-se fazer o revolvimento do material para favorecer a evaporação. A determinação dos teores de umidade pode ser realizado a campo. A umidade adequada pode ser analisada da seguinte forma: primeiro pega-se um composto com a mão do centro da pilha; aperta-se o composto e se o teor de umidade estiver bom não vai pingar água, ao abrir a mão sentirá umidecida e o material não vai esfarelar. É extremamente importante que todas as camadas do composto tenham igual teor de água.
Aeração
O oxigênio é a energia utilizada no metabolismo dos microorganismos, e a parte não aproveitada é liberada na forma de calor. O arejamento evita a formação de maus odores e presença de insetos indesejáveis, para se obter a aeração adequada é necessário realizar revolvimentos. Recomenda-se realizar 3 revolvimentos, quando está ocorrendo tudo normalmente. O primeiro revolvimento deve acontecer entre a segunda e a terceira semana inicial; o segundo revolvimento deve acontecer três semanas após o primeiro (semana onde já vem ocorrendo a diminuição gradativa da temperatura indicando estabilização do processo); e o terceiro revolvimento deve ocorrer na décima semana após o início para incorporação final de O2.
Temperatura
O processo de decomposição libera calor, este sendo resultado da atividade de microorganismos indica a ocorrência da fermentação. Sendo assim, o monitoramento da temperatura deve ser realizado com frequência. No processo normal (ideal) a temperatura ideal é de 40 a 70ºC para o composto ficar pronto em 90 dias (figura 2).
Figura 2- Relação entre faixa de temperatura e “dias de compostagem”.
O monitoramento da temperatura a campo pode ser determinado por termômetros apropriados ou através de barras de ferro (vergalhões). Estas são fincadas até o fundo do composto e retiradas para verificação da temperatura a cada dois ou três dias até o primeiro revolvimento, passando a ser uma vez por semana até o fim da compostagem. Ao analisar as barras de ferro, tocando-as com a palma das mãos, estas podem apresenta-se em três situações:
- A barra apresenta-se quente, porém o contato com a palma da mão é suportável, indicando que o processo está ocorrendo normalmente;
- A barra está muito quente, não sendo suportável o contato com a palma da mão. Neste caso, há excesso de temperatura sendo necessário o revolvimento ou umidecimento do material dependendo da situação;
- A barra de ferro se encontra fria ao contato com a palma da mão. Se for ao início do processo provavelmente a pilha não esta construída com as dimensões corretas ou está faltando umidade; caso seja nas ultimas semanas, após a sétima, indica que o composto está pronto.
Diante disso, fica evidente a necessidade de um bom manejo, acompanhado do vistoriamento constante do processo de compostagem. No próximo artigo, e último referente à compostagem, será abordado o preparo das pilhas, solução para possíveis problemas, características do composto e seu uso.
1 Comment
Parabéns pelo Artigo.
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