Diovana M. Santos
Universidade Federal de Lavras- 3rlab
Na busca por aprimorar a produção de rações e tornar cada vez mais eficiente a nutrição animal, uma das opções para suprir a demanda do mercado é adotar o processo de peletização dos alimentos para animais. A peletização consiste em colocar a massa misturada em contato com umidade, temperatura e pressão. Após esse condicionamento o produto é transferido para uma câmara de compressão, onde sua passagem é forçada por matrizes que formam os pellets, que são resfriados e podem ou não ser triturados, dependendo de seu destino (figura 1).
Figura 1- Esquema do processo de peletização.
O resultado final do processo é a formação de partículas cilíndricas, com diâmetro específico (de acordo com sua finalidade) que pode variar de 1 a 4 mm em média e comprimento de 0,5 a 1,5 cm. É interessante a adição de substâncias com propriedades aglutinantes, como o lignosulfonato de cálcio, que melhoram o desempenho da peletizadora, os índices de durabilidade do pellet e a redução dos finos das rações (partículas desagregadas). Para as aves, por exemplo, a peletização é vantajosa porque estas preferem partículas mais grosseiras (devido à mecanorreceptores presentes no bico), que proporcionam satisfação ao animal e incrementa o consumo (figura 2).
Figura 2- Diferentes pellets de ração animal
As matérias primas têm diferentes comportamentos quando levados à peletizadora, devido aos seus componentes. Podemos exemplificar com:
Fibra Bruta: FB com alto teor de celulose gera pellets mais firmes, e com alto teor de lignina normalmente resulta em pellets menos firmes. Com leves aumentos na sua proporção também aumentam significativamente o consumo de energia.
Gorduras: normalmente se adicionada em grandes quantidades pode gerar pellets pouco resistentes; se for incorporada antes da peletização não deve ultrapassar 3 %, caso seja necessária em maior quantidade, deve ser adicionada sobre os pellets.
Mineral: aumenta o desgaste do maquinário, porém resulta em pellets mais firmes.
Em comparação com a ração farelada, podemos citar várias vantagens e algumas desvantagens que devemos conhecer para decidir sobre qual forma o alimento atende melhor às necessidades do produtor.
Nas rações fareladas é possível se alcançar um ótimo desempenho, desde que a mistura seja uniforme, nos pellets essa uniformidade é garantida, evitando que o animal “escolha” quais partículas deseja comer e o consequente desbalanceamento. O fornecimento de alimento peletizado também diminui o desperdício energético dos animais no processo de digestão e isso permite maior eficiência alimentar e menor custo de produção final. A peletização também auxilia na redução da carga microbiana devido às elevadas temperaturas do processo, que resulta em benefícios sanitários.
A vantagem se dá também no aspecto ambiental, como a peletização resulta em maior digestibilidade, a quantidade de nutrientes excretada no ambiente diminui seu potencial poluidor comparado à ração farelada. A forma física é um importante fator para a otimização do consumo do alimento e ainda reduz o desperdício de alimento.
Como desvantagens, podemos citar o custo de produção dos pellets, que é elevado em comparação aos processos de moagem simples, devido ao preço elevado dos equipamentos e maior gasto de energia elétrica.