Lucas Machado – Universidade Federal de Lavras – 3rlab
Relatado pela primeira vez na China, o greening é considerado uma das piores doenças da citricultura. Conhecido também como Huanglongbing (HLB), é uma doença de difícil controle, causada pelas bactérias Candidatus Liberibacter asiaticus e CandidatusLiberibacter americanos que são transmitidas paras as plantas de citros pelo inseto psilídeo. Essas duas bactérias também podem ser encontradas na planta ornamental conhecida como murta ou falsa murta (Murraya paniculata spp). O greening foi identificado no Brasil em 2004 no estado de São Paulo. A doença se espalhou pelo país e hoje é encontrada nas principais regiões citrícolas.
Através do fluxo da seiva a bactéria é transportada para toda a planta. Podar a planta não é uma boa alternativa, porque as brotações que surgem após a poda servem como fonte para novas infecções. As plantas doentes em produção apresentam queda dos frutos, já as plantas novas podem chegar a não produzir.
Inspecionar a lavoura e enviar os resultados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado por meio de relatórios semestrais se tornou obrigação dos produtores a partir da publicação da Instrução Normativa nº 53 publicada pelo Ministério da Agricultura, em outubro de 2008.
Sintomas
Os sintomas do greening podem ser observados durante todo o ano, porém a frequência maior acontece no final do verão até o início da primavera. Os sintomas são: folhas amareladas com manchas irregulares no limbo (figura 1). A medida que a doença evolui podem surgir novos brotos, entretanto as folhas são pequenas, amareladas e voltadas para cima. Pode ocorrer das folhas ficarem com nervuras grossas e com coloração mais clara.
Figura 1 – Folhas apresentando sintomas do greening
Os frutos de plantas que apresentam sintomas do greening não amadurecem normalmente e adquirem uma coloração verde clara manchada. Na maioria dos casos ficam deformados, pequenos e assimétricos. Ao cortá-los é possível verificar sementes abortadas (necrosadas) e com albedo (a parte branca da casca) mais espesso em relação à um fruto sadio (figura 2).
Figura 2 – Sintomas da doença presente no fruto
Técnicas de manejo
Inspecionar as lavouras frequentemente é essencial, principalmente entre os meses de fevereiro e setembro, quando os sintomas são mais visíveis e a identificação da doença se torna mais fácil. As vistorias devem ser realizadas por pessoas bem treinadas para reconhecer os sintomas da doença, sendo que, em áreas não contaminadas as inspeções devem ser iniciadas pela bordadura (periferia e bordas do talhão), por ser o local onde o psilídeo e a doença costumam se concentrar.
Independente de idade e severidade dos sintomas, todas as plantas que apresentarem greening devem ser erradicadas. Antes de eliminar as plantas, recomenda-se realizar uma pulverização com inseticida para evitar que o inseto transmissor da doença migre para plantas sadias durante o processo de erradicação.
O monitoramento e controle do psilídeo é uma medida eficiente no combate à doença. Adquirir mudas de viveiros de boa procedência, certificados e cadastrado na Defesa Agropecuária do Estado é um dos primeiros passos para uma lavoura sadia.
O controle efetivo da doença somente terá sucesso, a partir da realização das inspeções, monitoramentos constantes e conscientização do produtor para eliminar as plantas doentes diminuindo assim a fonte de contaminação para a sua própria lavoura e para as propriedades vizinhas.