Diovana M. Santos
Universidade Federal de Lavras-3rlab
O frango caipira é a ave não industrial, criada solta em piquetes e com alimentação diferenciada, no Brasil o mercado vem crescendo e ganhando destaque. A criação é um bom negócio para pequenos produtores, pois exige baixos investimentos iniciais. Apesar de não competir em escala de produção e custos com o frango industrial, a qualidade e sabor conquistam um mercado que é exigente e paga mais por características com apelo ecológico.
A ABNT tem uma regulamentação de 2015, que define os padrões de produção, manejo, abate e até rotulagem para frangos caipira. As aves devem ser criadas soltas, em piquetes controlados, o que também irá diferenciar a qualidade da carne. As linhagens utilizadas devem ser de animais mais resistentes, adaptados à criação ao ar livre, e carne com textura consistente e propriedades organolépticas diferenciadas. Alguns exemplos de raças americanas são a Rhode Island Red, Plymouth Rock Barrada e New Hampshire apresentadas em uma tabela 1.
Tabela 1- Raças de galinhas americanas e suas características
O correto manejo nutricional é um fator muito importante no sucesso do empreendimento. No sistema extensivo, por exemplo, os animais ficam totalmente livres (pintinhos presos até os 30 dias, com mesmos cuidados do sistema semi-intensivo) e consomem o que encontram disponível, sem pastagem específica e também podem ser fornecidos alimentos que complementam a dieta, como restos de hortaliças. Os animais são criados juntos, ambos os sexos e idades variadas, e atingem idade de abate entre 8 e 10 meses.
Há também o sistema semi-intensivo (figura 1), onde os animais são mantidos presos durante parte da manhã e soltos nos piquetes na parte da tarde e recomenda-se 4 a 5 m² por frango. É fornecida uma ração balanceada, disposta em comedouros protegidos de chuva e sol, e controle nutricional nos piquetes, adotando pasto com capim rico em proteínas. Os animais são separados por idade e lote. Até os 30 dias os pintinhos são mantidos presos, para controle de temperatura do ambiente. Nesse sistema é possível um maior controle sanitário, produtivo e nutricional, e os animais podem ser abatidos entre 5 e 6 meses.
Figura 1- Piquetes de sistema semi-intensivo.
Os animais também podem ser totalmente confinados, diferenciando da produção em granjas apenas na alimentação, que vai mudando de acordo com a fase de vida do animal, depois de 30 dias de idade podem ser fornecidos restos de hortaliças e folhas verdes, atingindo peso de abate em torno de 4 a 5 meses.
Em todos os sistemas, a água deve receber atenção especial, pois várias doenças são transmitidas por esse meio, e deve ser fornecida fresca, de boa qualidade e em abundância, mantendo os bebedouros sempre limpos e com livre acesso aos animais.