Lucas Machado – Universidade Federal de Lavras – 3rlab
Durante a segunda Guerra Mundial foi descoberta uma enorme quantidade de moléculas com ação inseticida, assim a indústria química se desenvolveu e a utilização dos inseticidas de forma indiscriminada também. Posteriormente surgiu o manejo integrado de pragas (MIP), que é uma técnica de controle com o objetivo principalmente de controle ecológico, tentando sempre reduzir as chances dos insetos se adaptarem a alguma prática em especial e interferir o mínimo possível no agrossistema.
Os maiores incentivos para a adoção do MIP estão relacionados a vantagem econômica e a resistência à inseticidas. Já a maior dificuldade está no caráter técnico, o monitoramento e a tomada de decisão (determinação do nível de ação) são os entraves, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos.
Para desenvolver e implementar o MIP (figura 1), três etapas são primordiais: avaliação do ecossistema, tomada de decisão e a escolha da estratégia de controle a ser adotada. No quesito avaliação do ecossistema, é fundamental identificar as espécies com potencial de causar danos e seus principais inimigos naturais. Vários programas de amostragem têm sido estabelecidos em diferentes culturas, permitindo prever os danos, ou seja, relacionar densidades populacionais com os prejuízos e até mesmo avaliar o parasitismo e predação, para identificação da tendência de crescimento populacional dos insetos praga na área.
Figura 1 Métodos fundamentais para realização do MIP – Embrapa.
Por meio de uma análise dos aspectos econômicos da cultura e da relação entre custo e benefício do controle de pragas, efetua-se a tomada de decisão para determinação do momento de controle.
Em uma cultura implantada sem o planejamento ideal, a utilização de inseticidas é sempre priorizada. Isso se deve ao fato dos outros métodos de controle exigirem um planejamento e ações antecipadas. Os métodos mais utilizados e recomendados do manejo integrado de pragas são:
- Utilização de variedades de plantas resistentes – Algumas variedades possuem mecanismos de defesa que as tornam resistentes ou tolerantes as infestações de pragas.
- Práticas agrícolas – Algumas práticas agrícolas tornam o plantio menos suscetível às infestações, como: rotação de culturas, plantio e colheita em épocas menos favoráveis às infestações, seleção da área de plantio, entre outras.
- Controle Biológico – Consiste basicamente no emprego de um predador, parasita ou patógeno que ataca outro organismo que esteja causando danos econômicos a lavoura.
- Controle mecânico ou físico – Uso de coberturas plásticas ou valas para limitar a locomoção dos insetos pragas. A utilização de armadilhas e fitas adesivas também são alternativas para o controle.
- Controle químico – No MIP, esse é o último método a ser utilizado, apenas quando todas as práticas anteriores não se mostraram eficazes o seu uso se torna justificável.